domingo, 31 de outubro de 2021

Caminhos da Reportagem repete episódio premiado para Leishmaniose

O programa Caminhos da Reportagem repete neste domingo (31) o episódio Leishmaniose, retrato do abandono, vencedor da categoria particular – Doenças Tropicais Negligenciadas – do 3º Prêmio NHR de Jornalismo. O programa será transmitido às 20h na Television Brasil. inner circle aqui e aprenda como sintonizar1.

A leishmaniose é uma doença que afeta mais de 600.000 pessoas em todo o mundo a cada ano. No Brasil, em 2018, quase 20 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. A equipe da Caminhos da Reportagem viajou à Bahia e ao Maranhão para ouvir as histórias de quem vive com a doença.

Causada por mais de 20 espécies de Leishmania, protozoário, a doença é transmitida pela picada de diferentes espécies de insetos. O mais importante, no Brasil, é o insect de vime. Existem dois tipos de leishmaniose: cutânea ou cutânea, que ocorre na pele, e natural, mais conhecida como calazar, que atinge os órgãos internos. A doença não é contagiosa.

O dermatologista da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Paulo Roberto Lima Machado afirma que embora seja desconhecida de muita gente e com pouco investimento em novos medicamentos, a doença não é negligenciada. “O paciente é negligenciado. “Infelizmente, a maioria dessas pessoas que tem essas doenças de Chagas, hanseníase, leishmaniose, são pessoas com baixas condições socioeconômicas e, portanto, com pouco poder de pressão”.

A área country de Corte de Pedra, no indoor da Bahia, é considerada área endêmica para leishmaniose cutânea. Jonas de Jesus e sua esposa, Tatiele de Jesus Oliveira, viviam próximos à doença. Em Jonas, as primeiras cicatrizes apareceram há mais de dez anos – uma ferida na testa, que ele pensou ser uma espinha. Depois disso, mais de duas mil feridas ocuparam todo o seu corpo. “Tive febre alta, estava com muitas dores. “Não estava com muita fome, comia muito pouco, emagreci muito”, diz.

A leishmaniose dermatológica é tratada com injeções, o que já é problema para o dermatologista da UFBA. “É uma doença que atinge pessoas que vivem em áreas rurais, em áreas de floresta, longe dos centros urbanos. “Essas pessoas precisam se mover todos os dias por 20, 30 dias para realizar essas injeções, que têm muitos efeitos colaterais.” Jonas, por exemplo, diz que já interrompeu o tratamento várias vezes por falta de meios financeiros para ir ao health center.

Na mesma região, Vadalberto Oliveira convive com a leishmaniose ainda ativa e faz tratamento para tratar os sinais da doença no nariz. Quando foi diagnosticado, ele também descobriu que age HIV positivo. A baixa imunidade piorou sua saúde.

Ao contrário da leishmaniose cutânea, na leishmaniose natural os sintomas são internos, como abdome inchado, febre e perda de peso. O ciclo de transmissão desse tipo de doença também é diferente. Enquanto no tipo occipital ou cutâneo o insect pica a pessoa, no natural o insect pica hospedeiro infectado, geralmente cachorro, e depois pica o humano. A especialista em doenças infecciosas Conceição de Maria Pedrozo, da Universidade Federal do Maranhão, afirma que todo o estado tem leishmaniose e histórico de aparecimento em áreas de desmatamento. “E a isso foi adicionado o surgimento do HIV. Assim, o HIV desceu para os locais menos apoiados, internalizou e encontrou leishmaniose visceral. “Hoje temos duas doenças juntas, formando um verdadeiro cenário de comorbidades que são muito importantes no cenário da nossa doença”, completa.

Vanessa Veloso – Alexandre Silva / TELEVISION Brasil

Moradora de São Luís, a dona de casa Vanessa Veloso começou a sentir dores de cabeça e enjôos. “Tudo que eu comia era ruim, eu vomitava. Eu estava doente, tinha febre todas as noites, sentia febre de madrugada. “Meu abdômen estava inchado e vomitei sangue várias vezes”, lembra ele. Demorou seis meses para procurar ajuda médica. Ele foi hospitalizado e agora vai ao health center a cada quinze dias. O tratamento da leishmaniose natural é feito por through intravenosa e o paciente precisa estar sob supervisão médica. Vanessa agora aconselha qualquer pessoa que não esteja se sentindo bem com sintomas de leishmaniose natural a consultar médico o mais rápido possível. “Eu estava muito atrasado. Demorei muito e, se demorasse pouco mais, não estaria aqui para contar esta história. ”

Caminhos da Reportagem vai ao ar neste domingo, às 20h, na Television Brasil. A versão completa dos Caminhos da Reportagem permanece disponível no site do programa.

EBC

Bonfim Notícias

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